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Redação VN
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A prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebida com apreensão no Palácio do Planalto pela incerteza sobre o que o deputado cassado poderá falar às autoridades, envolvendo o governo, o PMDB e até a figura do presidente Michel Temer.
Ontem, o governo decidiu não se manifestar oficialmente sobre a prisão e a resposta protocolar divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência é que não há preocupação com uma eventual delação do peemedebista que deu o pontapé inicial no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o jornal O Globo, a inquietação, no entanto, é a possibilidade de Cunha envolver a cúpula do PMDB e outros integrantes do partido, especialmente os que hoje fazem parte do núcleo do Palácio, em sua eventual delação ou mesmo em diálogos informais. O governo teme que se repita com Temer o enfraquecimento que atingiu Dilma à medida que se acumulavam denúncias sobre lideranças do PT, ameaçando a governabilidade.
Há um reconhecimento de que Cunha era um operador político e financeiro para peemedebistas e também para políticos de outros partidos. Auxiliares do Palácio do Planalto lembram que, durante 15 anos, Temer foi o presidente do PMDB. Portanto, qualquer informação que comprometa o partido pode, indiretamente, lhe ser prejudicial.
A proximidade de Cunha com o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que deixou o cargo pelo envolvimento em denúncias de corrupção — e que, por sua vez, é um íntimo aliado do presidente Michel Temer — é um fator a mais de receio para o governo. O fato de Cunha ter atacado o secretário do Programa de Parcerias de Investimento, Moreira Franco, logo após ter sido cassado, também foi visto como um aviso.
Após a divulgação da notícia de que Cunha havia sido preso, os ministros que usualmente se manifestam sobre os temas relevantes do dia, Eliseu Padilha (Casa Civil), e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), conversaram e decidiram optar pelo silêncio, para evitar levar a crise para dentro do Planalto. A ordem é esperar a poeira baixar e manter a distância possível da situação do aliado incômodo.
A preocupação não é só com o tamanho do problema para o governo, mas com o envolvimento de outros aliados no furacão: o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, a família Picciani, entre outros integrantes do PMDB do Rio e de Minas Gerais, com os quais, em momentos distintos, Cunha teve intensa relação. Ninguém sabe ainda o tamanho do estrago que o deputado cassado pode provocar.
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